quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Tributo a Glauco - (1957-2010), rebelde do traço

Vereador Penna abraça Ipojucã Vilas Boas, filho de Glauco. Ao lado, o vereador Claudio Fonseca.

Como cartunista, Glauco Vilas Boas deu vida a personagens inesquecíveis para os amantes do gênero como Geraldão, Casal Neuras, Van Grogue, Zé do Apocalipse e Geraldinho. Na quarta-feira (01/12), esse paranaense de Jandaia do Sul foi homenageado com o Título de Cidadão Paulistano in memoriam. A proposta partiu dos vereadores Claudio Fonseca (PPS) e Penna (PV). “Conheci o Glauco muitos anos atrás. Propus esta homenagem quando soube da morte trágica deste artista tão querido e com quem convivi lá na Vila Madalena. Gosto muito de seu trabalho, crítico e irreverente, que retrata bem os costumes sócioculturais de gerações”, afirma o vereador Penna.
Desde 1983, Glauco criava suas memoráveis tirinhas para o caderno “Ilustrada”, da Folha de S.Paulo, mas desde 77 já as publicava no jornal. Fundou e dirigiu a Igreja Céu de Maria, localizada no Pico do Jaraguá, da doutrina do Santo Daime. Para os rituais dessa religião, Glauco criou também um conjunto de hinos.
 “O Glauco é uma referência não só para os cartunistas mas para os que celebram a vida”, comenta o vereador Cláudio Fonseca.
O cartunista, também músico, foi assassinado a tiros na madrugada do dia 12 de março deste ano, em sua casa, em Osasco, na Grande São Paulo, junto com o filho, Raoni.
O primeiro jornal que publicou o traço simples e enxuto, mas marcante e inconfundível de Glauco, foi o extinto Diário da Manhã, ainda em Ribeirão Preto nos anos 70.
Geraldão, seu personagem mais popular, era o trintão, virgem inveterado que vive com a mãe. Em 1976 foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba, que o projetou para a grande imprensa.
Junto com outros dois grandes cartunistas, Angeli e Laerte, o iconoclasta Glauco criou os personagens “Los Três Amigos” - Angel Villa, Laerton e Glauquito - caricaturas de si próprios vestidos de mexicanos, que sempre brigam com os Miguelitos. Laerte e Angeli também marcaram presença na solenidade.
“O trabalho era tão instigante que dava uma certa inveja do humor causticante que ele tinha e que ficou como escola”, acentua Angeli.
“Pelo humor é possível falar sobre coisas sérias, como a condição humana, a miséria, o medo, a prisão. É algo seríssimo”, disse o homenageado, em 1986. Glauco também integrou a equipe de roteiristas do programa “TV Pirata”, da TV Globo.
Também prestigiaram a homenagem o veterano jornalista José Hamilton Ribeiro e o diretor do Teatro Oficina e dramaturgo, José Celso Martinez Corrêa. Parte do hinário composto por Glauco para a religião foi apresentado por coro de seus irmãos espirituais do Santo Daime.

Texto original da http://www.camara.sp.gov.br/
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